sábado, 19 de abril de 2025

Minha cruz.


 

Quando criança me disseram que, nesta vida, “cada um tinha que carregar sua cruz”. Porém, como eu era criança, deixei a cruz de lado e fui brincar. Já havia me esquecido dela quando na adolescência, me lembraram da cruz. Adolescente, tinha muita coisa para descobrir, aprender e para fazer. Pensei que a carregaria depois e novamente esqueci a cruz no mesmo lugar em que eu a deixara quando criança. Quando fiquei adulto, novamente, não sei se por meu constante sorriso ou porque minha alegria os incomodava, repetiram-me sobre ela, a cruz, e até me acusaram de negligente por não está carregando a minha. Prometi que o faria, mas, como adulto, novamente não tive tempo, tinha que mostrar a meus filhos e filhas como serem crianças alegres e adolescentes divertidos como eu havia sido e também, apesar de contrariar a todos os que carregavam suas cruzes, deixei-a lá no mesmo lugar. Agora, que meus filhos estão criados, eles vêm me criticar porque eu me nego a carregá-la. Só posso lamentar por eles, mas estou velho demais para carregar peso e já nem me lembro  onde a deixei... Talvez, se existir outra encarnação, eu me lembre de carregá-la.  Por agora, só posso pedi que me desculpem.            

Nenhum comentário:

Postar um comentário